Tchurma

domingo, 21 de junho de 2009

Definição de traços distintivos

Observa-se que os processos fonológicos não podem ser representados apenas por fonemas, pois os mesmos não traduzem as transformações fonéticas e fonológicas envolvidas nesses processos. Para que um processo fonológico seja realizado em uma determinada língua, é preciso que haja um conjuntura fonológica que propicie sua ocorrência, sendo, portanto, um processo motivado. Por essa razão, precisa-se de unidades que capturem melhor as características fonológicas dos segmentos envolvidos nos processos fonológicos: os traços distintivos. Os traços distintivos podem ser definidos como um conjunto específico de propriedades que constituem os fonemas. Por exemplo, o caso do /s/ (consoante fricativa alveolar desvozeada) quando ocorre entre vogais (exemplo: casa) passa a ser /z/ (vozeada), mostrando assim uma assimilação do traço de vozeamento das vogais.
A ideia de traços distintivos começou a ser discutida na década de 50. A proposta de Jakobson, Fant e Halle (1952) no livro "Preliminaries to Speech Analysis" e de Jakobson e Halle no livro "Fundamentals of Language" era uma definição acústica de traços. Mais tarde, Chomsky e Halle trouxeram uma definição articulatória dos traços no livro "Sound Pattern of English". Sendo muito ampla essa última concepção de traços, é normalmente empregada como base para discussões de teorias fonológicas.
No sistema fonológico do português do Brasil, os principais traços distintivos são: coronal, anterior, contínuo, sonoro, soante e lateral.
Para saber mais:
a) John Lyons - Linguagem e Linguística, uma introdução - Ed. Guanabara/Koogan, 1981
b) Marie-Anne Peveau & Georges-Élia Sarfati - As grandes teorias da Linguística da gramática à pragmática - Ed. Claraluz, 2006
c) Sandford A. Schane - Fonologia Gerativa - Zahar Editores, 1973.
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